23/04/2015
O tema da
aula de hoje foi “FAMÍLIA”, o objetivo central era apresentar às crianças o
conceito de família estacando-se que não existe uma configuração familiar
única. Li para a turma o livro (achei on
line) “O Grande e Maravilhoso livro das Famílias” de Mary Hoffman e Ros Asquith.
O livro é muito bom, pois trata tanto da configuração familiar quanto de tipos
de moradias, alimentação, roupa, escola, lazer... Até aí tudo bem, as crianças
contaram como são suas famílias, o que comem, vestem, onde moram...
Em seguida
entreguei uma folha com um texto e uma proposição que consistia em colorir
apenas os tipos de família que existem.
No texto,
dentre outras coisas, dizia que algumas crianças viviam com dois pais ou duas
mães. Houve crianças que manifestaram-se dizendo que também tinham 2 pais, e
uma tinha 3. Mas estavam se referindo aos padrastos. Aceitei a resposta, mas
disse que uma criança pode ter dois pais quando um casal de namorados homens a
adotam. Começaram a rir, mas um riso diferente, formado nos cochichos ao pé do
ouvido do colega. Como assim homem namorando com homem? Não entrei nessa
discussão, mas disse que existia.
Gustavo * (6
anos) disse que não existia casal de homem adotando crianças porque ele nunca
tinha visto. Perguntei: Você já viu um
pingüim? Ele disse que não. Mas você acha que pingüim existe? Respondeu com a
cabeça que sim. Então, não é porque você nunca viu que não exista, quem sabe um
dia você verá.
Concluída a
discussão do texto, fomos a proposição: Colorir as imagens que representassem
tipos de família que EXISTEM.
A primeira
imagem foi a unânime, todos concordaram que aquela imagem representava uma
família. A segunda imagem gerou embaraço. Embora esteja evidente que são dois
homens com duas crianças – seus filhos- as crianças ficaram receosas em
descrever a imagem (pedi que algumas crianças descrevessem as imagens). Embora
já tivesse explicado que existe casal de homem, as crianças insistiram em criar
outras hipóteses: é o avô e o pai, o pai e o tio... A terceira imagem, da mãe
solteira, que achei que seria a mais tranqüila, novamente motivou a
manifestação das crianças. Nicole * (6 anos) demonstrando entender alguma coisa
de biologia esbravejou: Não pode, a mulher precisa de um “macho” para ter
filhos. A resposta da salvação veio de Marina* (6 anos) que contou que morava
sozinha com a mãe. Pronto, aceitaram o exemplo.
Já a imagem
do pai solteiro não teve jeito, para as crianças é impossível um pai criar um
filho sozinho, mesmo o chato do professor dizendo que existe sim. E para
confrontar levantavam mais hipóteses: é o avô cuidando, é um tio...
A última
imagem ou foi compreendido que é possível sim uma família com duas mães ou dois
pais ou esgotaram-se os argumentos
desses “pequenos conservadores”, que no que depender desse professor: Não
passarão!